segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Mude
Edson Marques


Mas comece devagar
porque a direcção é mais importante que a velocidade
Sente-se noutra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente observando com atenção os lugares por onde passa.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abre e feche gavetas com a mão esquerda.
Durma do outro lado da cama. Depois procure dormir noutras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais, leia outros livros. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade.

Durma mais tarde. Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia, numa outra língua. Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todos os dias, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, a nova vida. Tente.
Busque novos amigos. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes. Tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.

Tome banho em novos horários, use canetas de outras cores, vá passear em outros lugares. Ame muito e cada vez mais de modo diferente.
Troque de bolsa, de carteira, de mala, de carro. Compre novos óculos. Escreva outras poesias. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude.

Dê uma oportunidade ao inesperado. Abrace as surpresas.
Sonhe só o sonho certo e realize-o todo o dia.
Abra o seu coração.
Se não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Exagere na criatividade e aproveite para fazer uma viagem longa.
Experimente coisas diferentes. Mude de novo.
Você conhecerá coisas melhores e coisas piores.
Mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, a energia, o entusiasmo.
Só o que está morto não muda!

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